Uma família que tem a contabilidade no DNA

Uma família que tem a contabilidade no DNA

O pai Tomaz da Silva Laranja é contador. De família humilde, começou como técnico em contabilidade e foi crescendo aos poucos, sempre com espírito empreendedor. Com sua dedicação, o filho do português pescador e encarregado de barco em São José do Norte também saiu a pescar e trilhar mares nunca dantes navegados, dando início à história da Laranja & Marranghello Peritos Consultores.

Mas o caminho foi árduo. Tomaz foi office-boy, vendeu livros, discos, ou seja, fez de tudo um pouco. Mas queria mais. Foi então que veio para Porto Alegre morar com um casal de tios e começou a fazer supletivo para retomar os estudos. Depois de concluir o ensino fundamental, veio o Técnico em Contabilidade.  Estudava de noite e trabalhava de dia. Em todas as empresas onde passou, mostrou competência com os números e assumiu a chefia contábil.

Em 1975, começou a graduação em Contabilidade, na extinta Fapa. Seu sonho era ter um curso superior. A faculdade na época funcionava no Colégio Cruzeiro do Sul, em Teresópolis, em Porto Alegre. Quando ele se formou, a filha mais velha, Cláudia – atual diretora da Laranja e Marranghello – tinha dez anos.

Com o diploma na mão, Tomaz decidiu ampliar horizontes e, em parceria com um advogado amigo da família, começou a fazer cálculos de processos trabalhistas, via Justiça do Trabalho.

O amigo advogado lançou então um desafio a ele: por que não atuar com perícia contábil? Tomaz não sabia o que era isso e foi investigar a respeito. Na década de 1980, a perícia contábil era uma área nova, já haviam alguns peritos inscritos nas varas. Ele então se qualificou, deixou o currículo nas varas e começou a contatar os juízes.

E foi assim que tudo começou. No início, ele fazia as perícias à noite, em paralelo às demais atividades de contabilidade. Cláudia lembra que ele entrava madrugadas a dentro fazendo o trabalho de perito.

Viver da perícia ainda não era possível, pois os honorários só são pagos depois que o processo termina e nessa época era ainda mais demorado, porque havia as etapas de instrução e liquidação.

Em 1981, Tomaz começou a trabalhar de forma efetiva como perito do juiz. Quando começou a receber seus primeiros honorários, tendo maior capital de giro, pediu demissão da empresa onde trabalhava como funcionário, uma decisão muito difícil na época.

Mas, como visionário que sempre foi, apostou todas as fichas na perícia contábil como uma área promissora. Foi uma aventura, pois tinha família constituída e duas filhas para sustentar.

Tudo era feito sem computador, na calculadora, não existiam sistemas de cartão ponto. Por meio de planilhas, ele desenvolveu uma metodologia própria para fazer a perícia contábil. A esposa, Valnea Safar Laranja, ajudava a calcular horas e minutos trabalhados em cada processo. E tudo acontecia numa peça da casa, pois a primeira sede ainda não havia sido inaugurada.

No próximo texto, vamos contar mais sobre a transição para uma nova fase, com sede própria, e com a entrada da segunda geração da família no negócio. Aguarde!