OAB Summit – 3ª Edição – Segunda parte

OAB Summit – 3ª Edição – Segunda parte

OAB Summit – 3ª Edição – Segunda parte

 

Prosseguiremos  com as nossas considerações sobre a terceira edição da OAB Digital Summit, realizada em Porto Alegre nos dias 9 a 11 de novembro e organizado pela Comissão de Direito da Tecnologia e Inovação da OAB do RS, desta vez falando sobre a palestra “Como NFTs e Metaverso influenciam no mercado e na advocacia”, ministrada pelo Igor Erthal, Head de Metaverso, membro do Crypto Service no Mercado Bitcoin e palestrante em diversos eventos, como no nosso Seminário Jurídico L&M que aconteceu em 15 de Setembro.

(https://oabdigitalsummit.com.br/).

A palestra do Igor foi repleta de novidades e energia! Sempre empolgante e permeando conceitos extremamente técnicos com exemplos do nosso dia a dia. Iniciou interagindo com a plateia perguntando “o que é a Internet?” e obteve diferentes respostas, pois cada um de nós tem uma visão diferente de Internet de acordo com a forma como interagimos com ela, afirmando que o mesmo vale para outras tecnologias, como o Metaverso.

Para ele, o Metaverso é o espaço virtual que tem como objetivo construir ambientes para conectar pessoas,  inovar, oferecer escolhas e oportunidades de negócio, onde inexistem  barreiras entre o físico e o virtual.

No Metaverso temos a utilização concomitante da Internet, da Inteligência Artificial (IA), Realidade Aumentada e Realidade Virtual. Explicando o que é a Realidade Aumentada, exemplificou com o jogo Pokemon Go! onde apontamos a câmera do nosso celular para uma praça e conseguimos ver um Pikachu sob uma árvore, mas se afastarmos o celular veremos apenas a árvore, ou seja, elementos digitais são inseridos no mundo real e os visualizamos através dos nossos celulares e, no Metaverso, através de óculos especiais.

As experiências vividas no Metaverso estão explorando praticamente todos os nossos sentidos, exceto (ainda!) o paladar. Em um jogo moderno de videogame já usamos a  visão, audição e tato, mas empresas do ramo de perfumaria foram além  e  já conseguem fornecer tecnologia que permite que experimentemos um perfume sem sair de casa!

Ainda estamos nos primeiros estágios do uso e da exploração deste mundo de possibilidades que o Metaverso representa. As tecnologias até serem socialmente aceitas passam por cinco etapas. Na primeira etapa aquelas pessoas aficcionadas por novidades, buscam experiências proporcionadas pelas tecnologias de ponta, sem se importar com as dificuldades inerentes às primeiras versões de qualquer experimento. Estas pessoas acabam chamando a atenção de uma segunda categoria, as influenciadoras, que adotam a tecnologia e incentivam o seu uso para um grupo ainda maior de pessoas, resultando na sua consolidação.

Neste ponto a tecnologia se firma e é amplamente adotada. Algumas pessoas preferem utilizar as tecnologias quando elas já estão nos seus estágios finais de uso,  na maioria das vezes quando as novidades com mais funcionalidades e maior preço entram no mercado.  Vemos isto claramente nos celulares, com pessoas que aguardam ansiosamente o lançamento da mais nova versão do Iphone enquanto outras ficam satisfeitas em comprar as versões mais antigas a um preço descontado, já que se satisfazem com um conjunto restrito de funcionalidades básicas.

 

Omnichannel x Metachannel

Ominichannel  é uma estratégia de vendas que combina diferentes canais de comunicação e divulgação, de forma integrada e está mais focado para os negócios virtuais onde a empresa fornece uma experiência para que o cliente não perceba a diferença entre o real e o virtual.

Exemplificou com a compra de um livro em uma grande livraria. Se entrarmos no site, poderemos olhar as capas dos livros, obter mais informações, ler algumas páginas e ter acesso à resenha. O site também irá sugerir, com uso de algoritmos de IA, outros livros que o cliente também pode gostar.

Subconscientemente não se percebe diferença entre comprar o livro na própria livraria ou no site pois as expectativas são atendidas em ambos os cenários.

Já no Metachannel o cliente está no centro e será atendido com exclusividade. Imagine uma loja criada especialmente para te atender, com avatares de consultores que já conhecem as nossas preferências sugerindo diversos livros que podemos folhear, andar livremente pelos corredores e com estantes repletas com todos os livros que podem ser do nosso interesse, em um mundo totalmente diferente do real ou dos sites de e-commerce, com suas próprias características.

 

Metaverso e a interoperabilidade

Um dos obstáculos para a expansão do Metaverso neste momento é a falta de interoperabilidade. Já passamos por este problema com a própria Internet, no período anterior a 1990, pois naquela época a conexão era feita através de BBS  (Bulletin Board System), cada uma a sua finalidade e seu grupo de usuários, funcionando de forma isolada. Para buscarmos notícias era preciso se “logar” na BBS de notícias da nossa escolha e se depois desejássemos enviar um email era preciso se “deslogar” da BBS das notícias e se logar na BBS do email. Em 1991 foi criada a WWW, tornando a Internet interoperável, transformando-a no que ela é hoje.

Atualmente o Metaverso funciona como a Internet do tempo das BBS. Da forma que existe hoje, os itens adquiridos em um Metaverso não podem ser usados em outro. Assim, precisamos estar cientes do que se desejamos para buscar no Metaverso adequado.

Imagine que um escritório de advocacia resolva se instalar no metaverso da Microsoft por questões técnicas ou econômicas e a maior parte dos seus clientes utilizem o Metaverso da empresa Meta!

 

Falando em negócios

Quando pensamos em negócios no Metaverso, pensamos primeiramente em formas de colocar as atividades que já executamos neste novo ambiente.  Contato com clientes, reuniões, adquirir bens usando e-commerce e assim por diante. Mas uma infinidade de novos negócios surge a partir de necessidades que sequer existem nos dias de hoje.

Por exemplo, se vamos “viver” neste mundo digital, precisaremos criar avatares que nos representarão e estes avatares terão  uma série de necessidades inesperadas, como roupas, calçados, habitação, local de trabalho e utilizarão uma série de serviços como transporte, lazer (ingressos para shows!) e assim por diante.

Existe uma empresa chamada Zepeto que vale mais de 1 bilhão de dólares criando roupas digitais para uso no Metaverso. Temos um mercado tanto para os consumidores de roupas digitais como para os designers que as criam. Além disso, as grandes marcas já vendem roupas no Metaverso para uso dos avatares.

Estas criações podem ser transformadas em NFTs (non-fungible token ou token não fungível), com o uso da tecnologia blockchain, tornando-as completamente únicas, com garantia da sua exclusividade, ou ainda criando um conjunto limitado de exemplares.  Já é possível imaginar todas as implicações (e possibilidades) em termos de direitos autorais, direito do consumidor, LGPD, contratos e assim por diante.

E os pagamentos serão feitos através de criptomoedas ou através de uso de determinados serviços, pois como sabemos o  que as grandes empresas realmente querem nem chega a ser dinheiro em espécie, mas os nossos dados!

 

Conclusão

Assistir a uma palestra do Igor é empolgante pois, como foi dito, a sua energia é contagiante, abrindo a nossa mente para uma infinidade de possibilidades que surgem com estas novas tecnologias que prometem revolucionar o nosso mundo como a Internet nos últimos 30 anos.

 

Links Interessantes sobre o assunto ou pessoas citadas:

https://oabdigitalsummit.com.br/

https://gustavorochacom.com.br/

https://blog.laranja-marranghello.com.br/?p=479 (OAB Summit – 3ª Edição – Segunda parte

https://www.youtube.com/watch?v=hYuJ3zk7J9k (Entrevista com Igor Erthal)

https://studio.zepeto.me/pt

https://www.toxicskullsclub.io/

 

Espero que tenham gostado até semana que vem!