A transição para uma nova fase na perícia contábil

A transição para uma nova fase na perícia contábil

 

Na semana passada, contamos para vocês como foram os primórdios da Laranja e Marranghello, os primeiros anos em Porto Alegre, a vontade de estudar e o momento difícil em que o nosso fundador Tomaz da Silva Laranja largou o emprego de contador em uma empresa para empreender em uma área até então pouco explorada: a perícia contábil.

Como já mencionamos, o escritório funcionou dentro de casa nos primeiros anos. Com a ajuda da esposa, Valnea, que criou um sistema para lançar a mão as horas extras, Tomaz fazia os cálculos e acompanhava a educação das filhas Cláudia e Sabrina, experimentando o Home Office, muito tempo antes deste termo existir.

No início, os laudos eram datilografados, primeiro em uma máquina de escrever tradicional e depois em uma moderna máquina elétrica, que trouxe um grande avanço na apresentação dos laudos.

Naquela época, a Justiça do Trabalho em Porto Alegre tinha só 20 Varas na Avenida Praia de Belas e o restante próximo à antiga sede do Estádio Eucaliptos. E os peritos e advogados ficavam de um lado para o outro, às vezes até se encontravam pelo caminho.

Na década de 1980, a filha mais velha, Cláudia, ainda era muito nova e não trabalhava ainda, mas já “respirava” o dia a dia do escritório. Já catalogava os processos que chegavam, colocava os prazos, fazia os cálculos de FGTS, ou seja, assumia algumas tarefas administrativas mais fáceis. Cuidava também da parte burocrática de dar baixa nos alvarás, analisar quanto tempo demorava  para receber, fazer um controle de estoque dos processos com alvarás concedidos. Tomaz já era um perito experiente e com a confiança do juiz e havia muitas demandas.

Nos anos 1990, chegou o primeiro computador no escritório. Ainda não havia internet.  Mas a novidade tecnológica trazia editor de texto e um sistema de cálculos, o que já facilitou bastante a vida dos peritos. Tomaz precisou ter aulas de informática para aprender a usar o novo sistema, mas desde o início acreditou no potencial da informatização.  Nesse período também foi adquirido o primeiro sistema de cartão ponto, que passou a calcular as horas extras.

A marca Laranja e Marranghello ainda não existia, embora a essência da empresa já estivesse ali. Tomaz da Silva Laranja assinava como perito autônomo e tinha até um pequeno logotipo com um T e um L estilizado, que acompanhava todos os laudos.

Mesmo trabalhando no escritório, Cláudia não pensava em seguir a carreira contábil. Sonhava em trabalhar na área da saúde, pois adorava química e biologia. Foi monitora de química na escola, onde fazia experiências produzindo perfumes e sabão em pó. Mas depois de duas tentativas de ingressar na Medicina, acabou optando pela Contabilidade, motivada pelo desejo de servir à sociedade e pela oportunidade de estudar à noite e trabalhar de dia. E assim fez toda a faculdade, trabalhando em empresas e no setor bancário. Em todos os empregos, trabalhava no setor contábil e financeiro.

Quando Cláudia se formou, em 1994, já casada com o servidor público José Marranghello e grávida de 7 meses, decidiu que no final da licença-maternidade iria se aproximar mais do negócio da família. O pequeno Bruno tinha apenas 20 dias e Cláudia já batia nas portas da Justiça do Trabalho para distribuir seu currículo. Mas a opção por pedir demissão e começar a trabalhar com o pai veio mais de um ano depois.

Cláudia comenta que a escolha foi acertada e que sempre é tempo de descobrir qual é sua real vocação. “No meu caso, ficou evidente que o meu caminho não era a medicina e, sim, a área relacionada a escritórios, gestão, consultoria, que bom, que eu consegui enxergar a tempo”, analisa a atual sócia da Laranja e Marranghello.

E foi aí que a marca Laranja e Marranghello começou a dar seus primeiros passos. Mas essa história a gente conta no próximo episódio!