DOC9 Summit – 1ª Edição
DOC9 Summit – 1ª Edição
A L&M, convidada pela LINKLEI da querida e competentíssima Caroline Francescato, participou da primeira edição do DOC9 SUMMIT, em 6 de julho no Instituto Ling.
Foi um evento híbrido, com a modalidade presencial reservada aos convidados e transmitida ao vivo pela plataforma da LinkLei para assinantes.
O evento debateu as principais tendências de inovação e direito digital, com temas como Visual Law, criação de rotinas jurídicas automatizadas para relacionamento com clientes e simplificação de processos, Inteligência Artificial (que não poderia faltar!) além de pitchs dos patrocinadores muito bem inseridos no contexto das palestras e debates, acrescentando conteúdo relevante para todos os que estavam assistindo.
(https://www.doc9.com.br/doc9-summit/)
Na abertura, os organizadores Klaus Riffel e Caroline Francescato destacaram a importância do evento que estava planejado para acontecer em 2020, mas foi adiado em razão da pandemia, agradeceram a presença de todos e passaram a palavra para as autoridades presentes, o Prefeito Sebastião Melo e da Desembargadora do TJRS Gisele Anne Vieira de Azambuja, representando TJRS e a Comissão de Inovação daquele Tribunal.
O primeiro tema debatido foi “Visual Law como forma de simplificar o direito”, com coordenação do Klaus Riffel e Gabriela Pereira (Lojas Renner), Joyce Horrana (Queiroz Cavalcanti Advocacia) e Gisele Ueno (HI-LAW).
Os convidados contaram as experiências com a técnica de Visual Law em suas empresas e como esta ferramenta tem auxiliado a compreensão de contratos e outros documentos em especial para os clientes das suas empresas e escritórios de advocacia.
Este tema também foi discutido na quarta edição do Seminário Jurídico da L&M, pela Dra. Cecília Vianna (ver link no final). Como curiosidade durante a palestra foi falado que ainda existe resistência por parte de alguns juízes em relação aos documentos e peças criados com técnicas de Visual Law, mas discutiu-se que muitas vezes essa resistência não é apenas dos magistrados, mas das suas assessorias que tem dificuldade de, por exemplo, “copiar e colar” trechos das peças para inserir nos seus documentos!
O debate sobre “Inteligência Artificial – Ameaça ou Solução”, coordenado pela Dra. Caroline Francescato, contou com a presença de Juliano Madalena, sócio do escritório Lamachia Advogados Associados, Christiano Sobral, diretor executivo do escritório Urbano Vitalino e Marcos do Canto, CEO da Magic Write. O debate tratou do impacto do desenvolvimento e uso cada vez mais difundido da IA em profissões como a advocacia e de quais são os limites que deveriam ser adotados na sua aplicação.
Após a introdução do assunto pela coordenadora do debate, o convidado Christiano Sobral contou sobre o uso da IA no escritório Urbano Vitalino com a criação da “Carol” .
Após passar por um processo de reestruturação e organização dos seus fluxos de trabalho, o escritório pode adotar ferramentas de automatização, inicialmente com a adoção de um chatbot, que foi chamado de “Carol” usado para identificação, nas petições iniciais trabalhistas, de informações cadastrais como identificação do juízo, partes e pedidos, resultando em nível de acerto de 96% em relação ao cadastro das informações e 100% em relação à contestação dos pedidos.
As primeiras versões da Carol eram representadas pela imagem abaixo, sem o aspecto humano que receberia nas versões seguintes.
Após o quinto ano de desenvolvimento e uso da IA, foram implementadas características de IA Generativa, com as utilizadas no CHATGPT, além de humanizar a Carol, como mostra esta imagem:
Mais informações sobre a Carol e seu uso no escritório Urbano Vitalino:
O CEO da empresa Magic Write, Marcos do Canto, falou sobre as tecnologias envolvidas na criação de ferramentas como o CHATGPT, como o desenvolvimento de equipamento (hardware) próprio pelo Google e pela NVIDIA, além de todos os algoritmos, gigantescas quantidades de dados e métodos avançados de probabilidade e estatística. Destacou que estes algoritmos não excluem a possibilidade do chamado efeito de “alucinação” e que o software pode ser ajustado para ser mais preciso ou mais “criativo” e, por óbvio, quanto mais liberdade de criação, haverá maior a probabilidade das respostas não refletirem a realidade.
Propositalmente evitei a palavra “erro” na afirmação anterior pois se o usuário utilizar a ferramenta de forma mais abrangente, alimentando-a com menos informações ou permitindo que ela crie textos com mais liberdade, deve compreender que as respostas poderão ser falsas ou fantasiosas.
No final, incluí um vídeo do Fábio Akita que aprofunda o assunto sob o ponto de vista técnico!
Concluiu dizendo que todas as revoluções tecnológicas anteriores criaram mais empregos do que destruíram e que muitas empresas e supostos conhecedores tiram vantagem de um cenário onde impera o medo e a insegurança.
Encerrando este tema, o Dr. Juliano Madalena falou sobre a regulamentação do uso da IA. Destacou o Projeto de Lei 2338/23 que dispõe sobre o uso da Inteligência Artificial que tramita no Senado e que o próprio presidente, Rodrigo Pacheco, acompanha o assunto de perto, o que demonstra a sua importância.
Segundo o Dr. Juliano, a elaboração deste projeto de lei teve a colaboração, entre outros, da Dra. Cláudia Lima Marques, conhecida pelo seu trabalho no Código de Defesa do Consumidor e, inspirado neste, defende o uso da Responsabilidade Objetiva nas questões envolvendo IA.
No Direito do Consumidor quando um produto apresenta algum defeito, o fornecedor deve responder pelos prejuízos causados independentemente da existência de culpa, mas, como vimos anteriormente, se não fornecermos informações suficientes ou ainda se dermos total liberdade para a IA elaborar textos e as respostas resultantes não forem verdadeiras ou estiverem incompletas, podemos entender que houve um erro? É um assunto que merece a nossa atenção.
Sabemos que grandes empresas estão adotando as ferramentas de IA, como as Big Techs e todo o setor bancário. Grandes embates serão vistos na discussão legislativa deste tema.
Vamos aprofundar esse assunto em um próximo texto!
No final tivemos a palestra de Olga Mack, ucraniana radicada nos Estados Unidos, CEO da Parley Pro, empresa de gerenciamento de contratos digitais. Iniciou lamentando profundamente o desastre humanitário sofrido pelo povo ucraniano nesta guerra, como não poderia ser diferente. Sobre o uso da tecnologia e a suposta ameaça que representa para as carreiras jurídicas, afirmou que está convencida que a advocacia emergirá ainda mais forte, resiliente e inclusiva.
Entende que as ferramentas tecnológicas servirão de apoio às principais características da humanidade que é a resiliência, simpatia, respeito, compaixão e capacidade de comunicação . Que os advogados precisarão retomar a sua essência, que é o atendimento personalizado aos seus clientes.
Portanto, o objetivo é combinar a inovação tecnológica com uma abordagem humanizada, abrindo a mente tradicional do direito para novas possibilidades. Os advogados devem promover e aprimorar suas habilidades sociais, mantendo-se atualizados com as novas ferramentas disponíveis, para oferecer um serviço jurídico que atenda às expectativas dos clientes e às necessidades da sociedade contemporânea.
A L&M também tratou desta questão, que envolve a Advocacia 5.0, com este mesmo enfoque na entrevista com a Dra. Cecília Vianna e a Dra. Pietra Gomes no canal Time-To-Talk.
https://www.youtube.com/watch?v=ha0ytCrCWNU
Diante do sucesso desta edição, já estamos ansiosos para a próxima.
Parabéns aos organizadores, DOC9 e LINKLEI !
Links Interessantes sobre o assunto:
Sobre o evento e organizadores:
https://www.doc9.com.br/doc9-summit
L&M – Visual Law e Advocacia 5.0 com as Dras Cecília Vianna e Pietra Gomes
https://www.youtube.com/watch?v=ha0ytCrCWNU
Sobre a “Carol” !
O CHATGPT consegue te substituir? Por Fábio Akita
https://www.youtube.com/watch?v=Yl-hlwhj2B0
Projeto de Lei n° 2338, de 2023 – Dispõe sobre o uso da Inteligência Artificial.
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/157233
Espero que tenham gostado, até a próxima
