O que você precisa saber sobre as LawTechs
O que você precisa saber sobre as LawTechs.
Introdução
Todos estamos habituados e envolvidos com diversos tipos de tecnologias nos nossos escritórios de advocacia ou de perícia contábil há muito tempo. Cada um de nós pode usar a expressão “eu sou do tempo que…” e completá-la com a sua primeira experiência no uso de computadores, editores de texto, sites, sistemas e assim por diante. E cada um de nós já passou por pelo menos uma grande mudança que alterou substancialmente a maneira como trabalhamos.
Podemos considerar o ciclo de implantação dos sistemas de processo eletrônico nos Tribunais brasileiros como encerrado, mesmo que nos Tribunais Estaduais ainda estejam em andamento, mas os sistemas PJE e EPROC estão consolidados e agora é só uma questão de tempo para que todos os processos tramitem na forma digital.
Então vamos conversar um pouco sobre a próxima “onda” ou novidade tecnológica que já chegou e merece a nossa atenção: as Lawtechs!
Conceituação
As startups possuem como característica principal o uso intensivo de tecnologia, cultura voltada para a inovação e capacidade de crescimento exponencial.
As Lawtechs são um tipo de startup criada para oferecer serviços jurídicos com o uso de tecnologia buscando a inovação, com foco na desburocratização de processos e na facilidade de acesso das informações jurídicas. Através da internet e com o uso de softwares e aplicativos elas podem chegar a todos os operadores de direito entregando informações e serviços relevantes por um custo bastante acessível em relação às empresas tradicionais.
Lawtech e Legaltech: qual a diferença?
No Brasil o termo mais utilizado é o Lawtech para abranger todos os tipos de serviços prestados, mas em alguns países, como os Estados Unidos, existe uma distinção onde o termo Lawtech é usado para as empresas que prestam serviço ao cidadão e Legaltech as que prestam serviço para os Tribunais, advogados e demais operadores do Direito .
Dentre os serviços voltados para o cidadão estariam o de proporcionar acesso às informações dos tribunais, legislação, transparência e mediação de conflitos.
Para os operadores do direito seriam os softwares de gestão, de automação de atividades, controles de prazo, jurimetria, redes sociais específicas, entre outras.
A AB2L (https://ab2l.org.br/) é a associação que reúne empresas do setor e, apesar do seu nome ser “Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs”, não faz distinção entre os termos, então adotaremos apenas a denominação Lawtech neste artigo.
Quais as tecnologias envolvidas?
São as mesmas discutidas tanto no Quarto Seminário L&M quanto na Terceira Edição do OAB Summit e que vocês podem relembrar nos últimos artigos publicados aqui no Blog: Inteligência Artificial, Machine Learning, Blockchain, Big Data Analytics, Data Mining e Internet das Coisas (IoT).
Nestes artigos explicamos com mais detalhes a maioria delas.
Artigos sobre o Seminário L&M e Inteligência Artificial
https://blog.laranja-marranghello.com.br/?p=474
Artigos sobre o OAB Summit e tecnologias analisadas.
https://blog.laranja-marranghello.com.br/?p=483
https://blog.laranja-marranghello.com.br/?p=489
Quais os Tipos de startups jurídicas?
As Lawtechs estão, desenvolvendo serviços e produtos de tecnologia e atuando em diversas áreas do mercado jurídico. Abaixo vamos mostrar os principais segmentos, mas esta classificação serve apenas para uma melhor compreensão das suas atividades pois como a inovação é a principal marca de uma startup, muitas delas estão desenvolvendo seus softwares para atender necessidades que fogem das formas tradicionais com que estamos habituados a trabalhar!
Analytics e Jurimetria – Plataformas de análise e compilação de dados e jurimetria.
Automação e Gestão de Documentos – Softwares de automação de documentos jurídicos e gestão do ciclo de vida de contratos e processos.
Compliance – Empresas que oferecem o conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas legais e políticas estabelecidas para as atividades da instituição.
Conteúdo Jurídico, Educação e Consultoria – Portais de informação, legislação, notícias e demais empresas de consultoria com serviços desde segurança de informação a assessoria tributária.
Extração e monitoramento de dados públicos – Monitoramento e gestão de informações públicas como publicações, andamentos processuais, legislação e documentos cartorários.
Gestão – Escritórios e Departamentos Jurídicos – Soluções de gestão de informações para escritórios e departamentos jurídicos.
Inteligência Artificial – Setor Público – Soluções de Inteligência Artificial para tribunais e poder público.
Redes de Profissionais – Redes de conexão entre profissionais do direito, que permitem a pessoas e empresas encontrarem advogados em todo o Brasil.
Resolução de conflitos online – Empresas dedicadas à resolução online de conflitos por formas alternativas ao processo judicial como mediação, arbitragem e negociação de acordos.
Civic Tech – Tecnologia para melhorar o relacionamento entre pessoas e instituições, dando mais voz para participar das decisões ou melhorar a prestação de serviços.
Real Estate Tech – Aplicação da tecnologia da informação através de plataformas voltadas ao mercado imobiliário e cartorário.
Quais as Empresas que atuam no mercado brasileiro?
Sabemos que o Brasil possui a maior quantidade de processos judiciais do mundo, a maior quantidade de faculdades de Direito, mais de um milhão e trezentos mil advogados e assim por diante. Isto torna o mercado brasileiro um terreno fértil para o desenvolvimento das Lawtechs e nesta esteira, segundo a AB2L, o nosso país já é o líder mundial neste segmento!
No Infográfico, encontrado no site na AB2L, temos uma ideia da quantidade de empresas no setor, e os números não param de crescer!
https://ab2l.org.br/ecossistema/radar-de-lawtechs-e-legaltechs/
Quais as perspectivas para o setor?
Entendemos que as Lawtechs possuem um grande potencial de crescimento em um país onde os números que envolvem o Direito são gigantescos, seja na quantidade de processos judiciais, escritórios de advocacia, operadores de Direito, valores em depósitos judiciais, custas e estabelecimentos de ensino.
As empresas de software tradicionais já estão se adequando ao novo modelo ou criando equipes para atuar internamente como se startups fossem. Os jovens advogados, mais habituados ao uso das novas tecnologias, redes sociais, aplicativos e marketing digital, não se satisfazem com os serviços atualmente prestados pelos nossos Tribunais, como as consultas de jurisprudência ou andamento processual que foram desenvolvidos há mais de vinte anos ou aplicativos que apenas repetem as informações e os serviços apresentados nos sites, sem a devida adaptação para o novo meio. Além disso, a Inteligência Artificial e o Metaverso prometem alterar substancialmente a forma de trabalho atual e são campos vastíssimos a serem explorados pelas startups jurídicas.
É possível que em breve apareçam os chamados “unicórnios”, aquelas startups com valor superior a 1 bilhão de dólares!
Links interessantes sobre este assunto:
Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L) (https://ab2l.org.br/)
Artigos sobre o Seminário L&M e Inteligência Artificial
https://blog.laranja-marranghello.com.br/?p=474
Artigos sobre o OAB Summit e tecnologias analisadas.
https://blog.laranja-marranghello.com.br/?p=483
https://blog.laranja-marranghello.com.br/?p=489
Benner (https://www.benner.com.br/lawtechs-e-legaltechs/)
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